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sexta-feira, 12 de agosto de 2011

CIÊNCIAS - ECOLOGIA

O EFEITO DE GRUPO

Texto adaptado do livro Ecologia Geral, de Roger Dajoz, tradução de Francisco M.Guimarães, Ed.Vozes Ltda.,Petrópolis e Edusp, São Paulo, 1973.

O termo "efeito de grupo" designa as modificações que ocorrem quando os animais da mesma espécie são reunidos. Atualmente, conhecemos a existência do efeito de grupo em numerosas ordens de insetos e em vertebrados. Uma conseqüência importante desse efeito é a aceleração da velocidade do crescimento.

O exemplo mais conhecido e espetacular do efeito de grupo foi descoberto nos gafanhotos Locusta migratória e Schistocerca gregária, as espécies mais estudadas. Suas ninfas, quando solitárias, têm cor verde e são pouco ativas ; quando agrupadas, ficam pouco a pouco salpicadas de preto e laranja e se tornam muito ativas. Além disso, aparecem diferenças na morfologia ; os adultos gregários apresentam a protuberância mediana do tórax reta ou mesmo côncava, quando vista de perfil ; já os adultos solitários possuem essa protuberância convexa. As diferenças entre as duas formas são tão expressivas que a fase solitária de Locusta migratória foi, durante muito tempo, considerada uma espécie distinta, denominada Locusta danica.

Os indivíduos gregários têm apetite maior do que os solitários, são mais ativos, crescem mais depressa, são mais pesados e têm tendência a formar enxames. Os solitários, por sua vez, produzem maior número de ovos e passam por uma fase de diapausa (repouso), que não existe nos gregários. Quanto maior o número de indivíduos no grupo, menor se torna a produção de ovos. Isso explica o rápido desaparecimento desses insetos nas regiões invadidas por enxames migradores.

O efeito de grupo nos gafanhotos é resultado do estímulo visual ou táctil, que revela a presença dos congêneres. Há, também, a participação de hormônios secretados por uma glândula chamada corpora alata.

A existência de fases solitária e gregária foi também observada em diversos lepidópteros, coleópteros, afídios, grilos e baratas. Em todos esses casos verificaram-se grandes alterações na fecundidade, na velocidade de desenvolvimento e nas características morfológicas e fisiológicas dos animais.

O efeito de grupo se manifesta em numerosas espécies, bloqueando a reprodução ou a sobrevivência quando as populações se tornam pequenas. O pássaro Phalacrocorax bougainvillei, produtor do guano do Peru, só consegue sobreviver em colônias de pelo menos 10 mil indivíduos, com uma densidade de três ninhos por metro quadrado. Estima-se que um rebanho de elefantes africanos deva conter pelo menos 25 indivíduos para poder sobreviver, e que um rebanho de renas deva ter um efetivo mínimo de trezentos a quatrocentos indivíduos. Isso explica por que é impossível evitar o desaparecimento de espécies que se tornam demasiadamente raras.

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