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sexta-feira, 12 de agosto de 2011

SELEÇÃO SEXUAL

 
Texto adaptado do livro A Origem das Espécies,de Charles Darwin, tradução de Eugênio Amado, Ed.Itatiaia\Edusp, São Paulo, 1985.



Devo dizer algumas palavras acerca do que chamo "seleção sexual". Esta não depende da luta pela existência, mas sim da luta travada pelos machos visando a posse das fêmeas. Para o derrotado, a conseqüência não é a morte, mas sim a redução parcial ou total de sua descendência. Por conseguinte, a seleção sexual é menos rigorosa do que a seleção natural.

De maneira geral, os machos mais vigorosos, que apresentam maior adaptação ao lugar que ocupam na natureza, deixam maior número de descendentes. Em muitos casos, porém, a vitória irá depender não do vigor em geral, mas do fato de possuírem determinadas armas especiais, exclusivas do sexo masculino. Um veado sem chifres ou um galo sem esporas teriam pouca possibilidade de deixar descendentes.

Já se disse que os jacarés machos lutam, urram e dançam em círculo, como os indígenas americanos, em função da posse das fêmeas. Foram vistos salmões machos debatendo-se durante um dia inteiro. Certos escaravelhos por vezes trazem marcas dos ferimentos causados pelas largas mandíbulas de seus rivais da mesma espécie.

Entre os pássaros, a luta assume por vezes um caráter menos belicoso. Todos os que já estudaram esse assunto acreditam que a disputa mais acirrada entre os machos de muitas espécies de aves se resume ao canto, capaz de atrair as fêmeas. Tordos-da-guiana e aves-do-paraíso, além de alguns outros, reúnem-se em bandos, sendo que os machos desfilam sucessivamente, mostrando suas esplêndidas plumagens e executando exibições bizarras perante as fêmeas. Estas, por sua vez, ficam quietas, contemplando o espetáculo, e, ao final, cada uma escolhe para si o parceiro que lhe pareceu mais atraente.

As pessoas que procederam a estudos pacientes dos pássaros criados em cativeiro bem sabem que estes demonstram certas preferências e antipatias. Sir R.Herom, por exemplo mencionou um certo pavão malhado pelo qual todas as fêmeas sentiam forte atração.

Se o homem pôde, em curto espaço de tempo,dotar os garnisés de seu porte elegante e belo, de acordo com o padrão de beleza criado por nós, não vejo nenhuma boa razão para duvidar de que as fêmeas, selecionando durante milhares de gerações os machos mais belos e de canto mais melodioso, também não pudessem produzir um efeito marcante sobre sua espécie.

Tenho grandes suspeitas de que algumas leis bem conhecidas referentes às plumagens dos pássaros de ambos os sexos, em comparação com a plumagem dos filhotes, podem ser explicadas com base nas modificações causadas principalmente pela seleção sexual. As modificações assim produzidas seriam herdadas pelos descendentes. Infelizmente, não me sobra espaço neste livro para desenvolver esse assunto.


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